segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

DEPRESSÃO

Por Nena de Pina

                De repente, não mais do que de repente, o mundo se torna cinza, a vida sem sentido e a pessoa compreende ter entrado, infelizmente, na depressão. Entretanto ela havia alertado insistentemente o individuo de sua aproximação, como alguém que teme entrar em algum lugar e, para alertar aos presentes de uma tossezinha, anda barulhentamente, bate na porta.
                Se prestássemos atenção em nós mesmos teríamos observado que o estado febril não era resfriado, a necessidade de dormi durante o dia sem motivo, a indiferença às situações e às pessoas, preguiça constante, dores no corpo, nervos à flor da pele, choro por nada, falta de ânimo e uma quantidade de pequenos detalhes anunciava a chegada e muitas vezes a instalação permanente do estado depressão.
                 Ao notarmos o acúmulo de sintomas é melhor fazermos um balanço geral da situação, e pessoas que nos envolvem, mudar as companhias e a rotina de trabalho, descansar e divertir.
                 Costumamos dizer: a depressão torna a vida sem sentido. Não será ao contrário?
               “Oh! Mas tenho marido, mulher, filhos, emprego, status social, saúde e inteligência! O que falta?
                  Falta realização própria. Falta coragem de assumir. Falta livrar se do medo constante da opnião dos outros e da insegurança no trabalho, etc., etc. A fidelidade é surtida por quatro colunas: Saúde, Amor, Dinheiro e Realização Própria, mas, parece que o mundo de hoje resolveu mante- la num tripé , abolindo a realização individual.
                 Num corre, corre diário quase tudo é lento em função dos outros e da opinião particular de quem julgamos importante. Quer ver? A mãe só pensa nos filhos, casa e marido, depois em si, nesta ordem.   Quando sai para eventos sociais a roupa e aparência devem satisfazer a opinião dos presentes. A tranqüilidade de lazer é substituída pelo lugar da moda, o livro da moda e receando emitir opinião divergente dos supostos espertos em literatura, costumes, moda, etiqueta e etc.
                 Conta-se os amigos nos dedos de uma mão e ainda sobram dedos, mas pessoas plenamente realizadas são mais difíceis de encontrar que ET, simplesmente por apresentarem uma vida fantasiosa, pela necessidade absurda e premente de mostrar quão inteligentes, avançados, sábios, bondosos são. Em casa o demoniozinho que habita em nós mostra os chifrinhos, o rabinho e até o tridente e, então nós, nos sentimos o último dos mortais, o pior entre os piores e a pergunta aflora. Por que, meu Deus? Por quê?
                 Existe um pensamento iniciatico que bem analisado, nos ajudará a entender a vida em sociedade.
                 “Elimine o vicio praticando a virtude, depois livre se de ambos, sendo apenas um SER HUMANO




Nena de Pina
Escritora, Empresária no ramo de cerâmica 
 professora de yoga

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